quarta-feira, junho 29, 2011

Identidades Televisivas

O DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDAE TELEVISIVA NO BRASIL
Lucy Carlinda da Rocha Niemeyer e Raquel Ferreira Ponte


Resumo:

O estudo das identidades televisivas busca entender a importância dessa ferramenta como objeto de valor cultural. Ao analisar o desenvolvimento das identidades televisivas é possível identificar a sociedade e época a que ela pertence, tornando-se assim, uma importante representação cultural.
Identidade Visual é o composto de signos criados para identificação de empresas e produtos. Mas é na criação das identidades televisivas, identidade corporativa das emissoras de TV, que existe a necessidade de unir consistência com flexibilidade.


A identidade televisiva, também denominada vinheta, possui além das propriedades visuais, as propriedades sonoras e as de tempo e narrativa. Enquanto a identidade visual corporativa precisa permanecer inalterável, sofrendo alterações apenas em caso de reposicionamento de Marca, a identidade televisiva, precisa ser modificada constantemente em virtude das expectativas do telespectador.
Devido a sua flexibilização e adaptabilidade é uma expressão da sociedade pós-moderna, pois tomando como exemplo os conceitos de Canclini
[1],o mundo está fora de ordem, descontinuado, fragmentado e sujeito a modismos.

O artigo discorre sobre o desenvolvimento das vinhetas brasileiras, com a primeira vinheta da TV-Tupi, criada por Mário Fanucchi. A vinheta do indiozinho (fig.1) passou a ser dinâmica apenas no final da década de 1970, com o uso de projetores que passavam desenhos com a técnica da animação com acetatos.
Foi José Bonifácio Oliveira Sobrinho, o Boni da TV Globo (fig.2), quem criou a primeira vinheta curta para intervalos, com o som “Bip-bip” que depois passou para o “Plim-plim” marca registrada sonora da emissora, que durante muitos anos separou a programação dos comerciais.
Em 1970 o austríaco Hans Donner é contratado pela Rede Globo de Televisão para criar e produzir no Brasil, vinhetas animadas para a emissora, que passa a ser referência em identidades televisivas produzidas em programas gráficos de animação de última geração.

1990 O consumo de massa passa para o consumo de nichos. A televisão também muda seu conceito de massa e busca a segmentação. Surge a MTV brasileira (fig.3), filial da MTV Networks, uma televisão musical, segmentada no público jovem de 12 a 34 anos. A partir daí surgem diversas emissoras segmentadas como a Globosat, Sportv, TVA.

A conclusão do artigo aponta três questões de grande relevância: as identidades televisivas são importantes para a diferenciação dentro de um mercado muito competitivo; por sua aderência as expectativas do telespectador é uma forte representação cultural; por fim, confere ao designer um importante papel na sociedade contemporânea.

[1] CANCLINI. Diferentes, desiguais e desconectados. Ed. UFRJ. P. 219